29.9.11

"O menino do pijama listrado" de John Boyne

 



Shmuel o menino do pijama listrado foi o unica amizade Bruno conseguiu em sua novo lar  perto do “Campo de Haja Vista”.

Os garotos que tem nove anos de idade nem imagina o que é guerra, o que é ser nazista e judeo, nem ao menos sabem o que acontecem ao seu redor, mas sabem prezar a família e principalmente a amizade sem diferenças e preconceito em tempos de guerra.

Minha nota:

★★★★★ Praticamente em um final de semana você consegue este livro que vai te envolver e te emocionar.

Trechos marcantes:
A mãe diz:
“Temos que procurar fazer o melhor em situações ruins”

“Meu nome é Bruno, aliás.”
“Eu sou Shmuel”, disse o menino menor. Bruno contraiu o rosto, achando que havia escutado mal o que o garoto dissera. “Como é mesmo o seu nome?”, perguntou ele. “Shmuel”, disse o garoto, como se fosse a coisa mais natural do mundo. “Como é mesmo o seu nome?”
“Bruno”, disse Bruno.
“Nunca havia escutado esse nome antes”, disse Shmuel.
“E eu nunca havia escutado o seu”, disse Bruno. “Shmuel.” Ele ficou pensativo. “Shmuel”, repetiu. “Gosto de como soa o seu nome quando eu o digo. Parece o som do vento soprando.”
“Bruno”, disse Shmuel, acenando com a cabeça alegremente. “É, acho que gosto do seu nome também. Parece alguém esfregando os braços para se aquecer.”
“Nunca conhecei alguém chamado Shmuel antes”, disse Bruno.
“Há dúzias de meninos chamados Shmuel deste lado da cerca”, disse o garoto. “Provavelmente centenas. Queria ter um nome só meu.”
“Nunca conheci ninguém chamado Bruno”, disse Bruno. “Além de mim mesmo, é claro. Acho que devo ser o único no mundo.”
“Sorte sua”, disse Shmuel.
“Deve ser. Quantos anos você tem?”, perguntou Bruno.
Shmuel pensou a respeito e olhou para os dedos, que se agitavam no ar, como se ele estivesse tentando calcular. “Tenho nove anos”, disse o menino. “Eu nasci no dia 15 de abril de 1934.”
Bruno encarou-o, surpreso. “O que você disse?”, perguntou ele.
“Disse que nasci no dia 15 de abril de 1934.”
Os olhos de Bruno se arregalaram e a boca fez o formato de um O. “Não posso acreditar”, disse ele.
“Por que não?”, perguntou Shmuel.
“Não”, disse Bruno, sacudindo a cabeça rapidamente. “Não quis dizer que não acredito em você. Eu fiquei surpreso, só isso. Porque o meu aniversário também é no dia 15 de abril. E eu também nasci em 1934. Nascemos no mesmo dia.”
Shmuel pensou mais um pouco. “Então você também tem nove anos”, disse ele.
“Sim. Não é estranho?”
“Muito estranho”, disse Shmuel. “Pois pode haver dúzias de meninos chamados Shmuel deste lado da cerca, mas acho que nunca conheci ninguém que fizesse aniversário no mesmo dia que eu.”
“Somos como gêmeos”, disse Bruno.
“É, um pouco”, concordou Shmuel.
Bruno sentiu-se muito feliz de repente.

....

Ela descobriu que tanto Gretel como Bruno tinham piolhos nos cabelos. A menina precisou de um tratamento com um xampu especial que tinha cheiro muito ruim e depois ficou horas em seu quarto, chorando e chorando. Bruno também precisou do xampu, mas então o pai decidiu que seria melhor para ele começar do zero e pegou uma navalha e raspou todo o cabelo do menino, o que o fez chorar. Não demorou muito, e ele detestou ver o cabelo flutuando da cabeça e aterrissando no chão aos seus pés, mas o pai disse que aquilo tinha de ser feito. Mais tarde Bruno foi olhar no espelho do banheiro e se sentiu mal. Sua cabeça toda parecia deformada agora que estava careca, e os olhos davam a impressão de ser grandes demais para o rosto. Ele quase teve medo do próprio reflexo. (...)
Ao ver o amigo no dia seguinte, Shmuel começou a rir da aparência de Bruno, o que não ajudou muito a restaurar-lhe a autoconfiança abalada.
“Agora fiquei parecido com você”, disse Bruno, triste, como se aquela fosse uma coisa terrível de se admitir.
“Só que mais gordo”, acrescentou Shmuel.


.....



“E sinto muito que não tenhamos podido brincar, mas, quando você for a Berlim, é só o que faremos, e eu o apresentarei a... Puxa, como era mesmo que eles se chamavam?”, Bruno se perguntou, frustrado, pois eles deveriam ser os seus três melhores amigos para toda a vida, mas tinham desaparecido de sua memória àquela altura. Ele não se lembrava de seus nomes nem de seus rostos.
“Pensando bem”, ele disse, olhando para Shmuel, “não importa se eu lembro ou não. Eles não são mais meus melhores amigos mesmo.” Ele olhou para baixo e fez algo bastante incomum para a sua personalidade: tomou a pequena mão de Shmuel e apertou-a com força entre as suas.
Você é o meu melhor amigo, Shmuel”, disse ele. “Meu melhor amigo para a vida toda.”

2 comentários:

  1. Estou a procura deste livro na biblioteca pública da minha cidade, mais é difícil.

    Não vejo a hora de ler, não queria baixar da net, quero ter o prazer de ter em mãos.

    Deve ter sido fascinante, só de ler este trecho compartilhado, nuss

    E também vou procurar por "Diario de um banana" e "Na esquina do Tempo",

    bom, ate mais

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    1. Suelen, eu entendo o seu sentimento, também queria poder passar a leitura foleando as páginas. A forma tradicional e mais gostosa.
      A curiosidade foi tanta que não tive paciência de pedir para me enviarem. E acho que nem nas lojas brasileiras tenha este livro.
      Espero que você consiga ler o livro em breve.

      Se você gostou do comentário do O menino do Pijama listrado devo gostar também da sua indicação o "Diario de um banana" e a "Na esquina do Tempo". Vou me lembrar disso e dar um pesquisada.
      Um beijo!

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