30.9.15

O susto que provou a gravidez de 5 semanas e 3 dias

Nesta madrugada a Libby não parava de latir, sempre dormia sob a cama, mas estava inquieta.

Levantei a primeira vez pra mostrar pra ela que não tinha nada lá fora, na segunda tentei fechar a cortina e nada. E na terceira vez quando levantei aproveitei para ir ao banheiro e vi que estava sangrando, no sangramento tinha um coágulo de sangue que nunca tinha visto.


Imaginei comigo mesma que estava perdendo o bb. Quando fui tentar voltar para a cama só sei que estava caída no chão. Teppei veio correndo e eu perguntei onde exatamente eu estava e ele respondeu que estava em casa.

- em casa aonde?
- aqui no corredor da cozinha.

Por mim eu estava na cama, mas nem havia chegado perto. Teppei estava preocupado com a minha cabeça que havia sido batido no chão. A cabeça estava bem, somente fiquei preocupada com a situação do bb.
Ficamos um pouco apavorados mas 3 horas da manhã nem daria pra sair correndo no hospital, então resolvemos esperar até as 9h. Ligamos numa clínica mais próxima de casa e conseguimos uma vaga no horário da manhã.

A clínica era limpa, aparentava nova. A recepção junto com a sala de espera era estreita, as meninas do atendimento não eram tão simpáticas. Falaram para ir ao banheiro pra recolher a urina.
Depois de alguns minutos de espera o médico me atende pergunta os sintomas e me mostra o palito do exame de gravidez e confirma.

-mas ainda não vou te dar esperança se o feto está bem vamos conferir agora na ecografia.

 Então fala pra tirar a roupa de baixo e sentar na cadeira ginecológica e então ele mostra na tela que o saco gestacional está intacta no útero ( na foto a bolinha preta)


Não estava entendendo bem, mas ele garantiu que enquanto o saco gestacional estivesse no útero a gravidez está em dia.
Demorei pra acreditar pois estava sem muita esperança, mas já que ele disse que está tudo bem, pediu para agendar o retorno daqui a 2 semanas no dia 17 de outubro.

Neste dia para a primeira consulta paguei 8670 ienes.

29.9.15

Primeira participação no funeral japonês II

O que vestir
Maioria das pessoas vestem o preto para ir ao velório, as roupas formais de vélorios se chama em japonês "mofuku". Geralmente as mais em conta encontra em hipermercados como ION, ITOYOKADO ou nas lojas de ternos como AOYAMA, AOKI, etc.

As mulheres geralmente usam vestido de pretos com manga comprida, meias calças preta, sapato, bolsa também da cor preta. O acessário muito usado normalmente é conjuto de colar e brincos solitário de pérolas.
Os homens usam ternos, sapatos e gravata preta com camisa branca e as crianças vão com o uniforme da escola.
Dependendo da religião geralmente levam consigo o "juzu" o rosário budista japonês. Estes acessórios também é encontrada junto onde vende as roupas formais, mas eu encontrei nas lojas de 100 yen, algo parecido com as lojas de 1.99 no Brasil.

Esta roupa vestida no velório pode ser usada repedidamente no funeral do dia seguinte.



Kõden: doação para ajudar a família nas despesas de funeral.
Seguindo os costumes japonês nós nikkeis também seguimos o costume de entregar envelopes contendo dinheiro no Brasil.
Neste caso o valor que se contem dentro do envelope depende do grau de relacionamento com o falecido, porém só se deve evitar colocar o valor do número 4 que simboliza a "morte". No Brasil geralmente os valores são de 20, 30, 50, 100 reais. No Japão são 5mil a 10 mil.

O velório "otsuya"
No velório sentamos na primeira fileira que seria a família mais próxima do falecido, depois segue a sequência de parentes e amigos.

O monge então chega e inicia com a recitação da sutras sentado em frente do caixão. Durante a recitação somos chamados então para o ritual dos incenso.

O passo a passo é primeiro curvar levemente diante dos familiares, depois frente ao altar curva novamente pegar um punhado de incenso picado da tigela com os 3 dedos (meio,indicador e polegar), levando o punhado até a testa e derrama lentamente na tigela ao lado onde tem o inceso previamente aceso.
Entrelaça o juzu, o rosário budista e faz uma breve oração. Terminando da um passo para trás e curva-se novamente ao falecido e depois virando se para o acento curva diante aos familiares e assim retornando ao seu lugar.

Nesta noite foi servido um simples jantar e depois o corpo do falecido levado para o quarto onde junto farão a vigilia.

O Funeral "Kokubetsushiki"
No dia seguinte o funeral a monja repete o ritual. Terminada o ritual a parte superior do caixão é aberta para a despedida final. As flores que estavam no altar são todas distribuitas e colocadas dentro do caixão, são também colocadas lembranças como fotos, pertences. Fechado o caixão é levado até o crematório.

A Cremação"kasouba"
Acompanhado o carro da funerária chegando ao local da cremação, novamente acendemos os inceso e oramos por ela. Enquanto a cremação acontece, em uma outra sala é servida um simples almoço.
Depois de 2 horas de espera, em uma outra sala vem a bandeja de metal com algumas partes dos ossos do falecido. Com o palito hashi 2 pessoas pegam a mesma parte do osso e colocam num vaso pequeno. Os mais importantes são colocados por último por exemplo os ossos do pescoço que aparenta ter a imagem de um buda sentado. Os restantes das partes que não cabem no vaso menor são depositadas numa outra urna cinerária maior.


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Primeira participação no funeral japonês I


28.9.15

Primeira participação no funeral japonês I


Ainda em luto pela perda do querido pai esta semana a avó do Teppei nos deixou.

Foi uma pena perdê-la aos 90 anos já que tinha uma boa memória gostava de comer e conversar, debilitada pela falta de força ficou acamada e reclamava da vista e não ouvia bem, mas nunca perdia o humor e dava aquela gostosa risada.

Tivemos boas memórias antes dela partir e eu encararia uma segunda despedida do ano e desta vez participando pela primeira vez num funeral japonês chamado a cerimônia de "osōshiki".

Ela faleceu na quinta dia 23 de setembro e fomos neste mesmo dia visitá-la. Ela já não estava no hospital estava já preparada numa casa sofisticada de funeral. Neste lugar tem, quarto de visita, de hospedagem, sala de refeição e a sala maior onde acontece o velório. Tiveram a ótima opção de escolher um lugar que acolhe somente 1 falecido, assim tornando-se num lugar mais familiar.
E ela estava numa sala pequena bonita e refrigerada, tinha espaço para 4 cadeiras para acomodar as pessoas que a visitavam. Vestida de yukata e coberta por um edredom japonês toda em branco, estava cercada de gelo por todo o corpo, estava serena como se estivesse adormecida. Ela ia submeter uma cirurgia e iria receber um tratamento estético.

É muito estranho quando a pessoa falece e permanece muito tempo até o enterro. Já que no Brasil a maioria dos casos o enterro acontece no dia seguinte ou dependendo do caso as vezes até no mesmo dia.  Aqui no Japão por existir a técnica de embalsamar o corpo com produtos químicos, consegue preservar o corpo durante um longo período de tempo, assim a família consegue tempo para a preparação, facilitando também a agenda da vida dos parentes que vem de longe.

Eu queria isso para mim, para me despedir do meu pai e fico decepcionada com o Brasil.

E, então o velório da vovó foi marcada para sábado e domingo para a cremação.

25.9.15

Duas linhas nitidas: Positivo é gravidez!

Eu me presenteio com uma notícia maravilhosa a descoberta da gravidez por um teste de farmácia!

 O meu ciclo de 28 dias estava regular nesses últimos meses e fazia 1 semana do atraso da mestruação. Estava confiante que algo de bom iria acontecer, mas também eu sabia que não poderia ficar com a expectativa acima dos fatos, pois sempre depois a decepção é maior.

Quando deu posivito foi inevitável não ficar entusiasmada. E então começo a planejar a maneira feliz de anunciar a gravidez para o Teppei .
A melhor coisa que poderia ter acontecido é ter a Libby levado a  surpresa para ele logo após o seu retorno do trabalho.

Quando ele viu ela com a meia, pegou ela, arrancou da sua boca a meia. e logo entendeu o recado, arregalou os olhos e abriu aquele sorriso.
Novamente olha pra mim e tenta confirmar com um sorriso e aquele olhar "jura?!" Pergunta se é de fato verdadeiro e quando confirmo que sim correu para me abraçar me beijar e parabenizar muito pela gravidez.

 Estava na 5 semana e nesse final de semana seria o velório da avó materna, decidimos então guardar a novidade para a gente.

A vovó faleceu no dia 23 um dia antes de ter feito o exame de farmárcia e achei algo muito misterioso com o que aconteceu.
A minha mãe quando engravidou de mim também descobriu a gravidez depois de ter perdido a sua sogra, a minha avó por parte do meu pai. Portanto eu nasci um ano depois dela ter falecido em 1981.

Já ouviu falar na proteção dos antepassados, eu acreditava nessa energia boa que eles proporcionam e esse acontecimento mexeu mais ainda comigo.