18.11.15

Aborto espontâneo IV: A dor que jamais deveria sentir na vida

O fluxo de sangue aumentou, coágulos grande de sangue sempre aparecem quando vou ao banheiro e as vezes me faz confundir se é o embrião ou não. Por sorte não sentia cólicas até chegar em casa depois do trabalho, mas logo depois às 19h 3 em 3 minutos sentia uma cutucada, mas nada que pudesse atrapalhar a noite, fiz  um lanche assisti The Client List na netflix e invejei tomar drinks com amigas. 

Teppei chegou depois das 23h e então tomamos banho e fomos dormir, a dor estava um pouco mais forte mas consegui dormir.

Madrugada do dia 18 (quar) às 2h Teppei acorda com a Libby latindo e aproveita para ir ao banheiro, quando também me levanto me vejo toda manchada de sangue, lençóis e colchão também não escaparam. Fui ao banheiro e coágulo enorme redondo de um tamanho de um limão, cor vermelha gelatinosa como um fígado , sloop cai e eu acho que foi o saco gestacional e recolho pra levar na clínica.

A dor começa a ficar forte, ela vem como  a onda do mar, começa com uma dor fraca e vai aumentando, alcança o seu pico e depois vai ficando fraco, assim uma frequência de 10 minutos, ainda numa dor suportável, porque vc acha que logo vai ficar fraco...


A cada 15 minutos eu saia correndo para o banheiro e toda vez coágulos do tamanho de um ovo saia com muito sangue, sangue que gotejava como uma torneira mal fechada. O absorvente que era suportável para o grande fluxo para grávidas pos parto quase não segurava.


E foi se passando o tempo e o intervalo das dores gradativamente diminuía e cada vez ia ficando intenso tanto que as 4:30 da manhã a dor era quase continuo, não havia mais intervalos para sentir aquele alivio.

Teppei me ajudava no que podia, dar atenção a Libby, trazer água, segurar minha mão, fazer massagens nas costas (funcionava muito no início) , palavras de apoio, às vezes não sabia o que fazer.
Agora mais do que nunca entenda mulheres! Os homens são seres mais simples, não espere que ele entenda ou advinhe o que você quer, não complique, seja objetiva fale, converse, oriente, mande ordens, só assim ele poderá se sentir seguro, prestativo, responsável. E você poderá receber atenção, carinho, ajuda e compreensão.

Foi quando a dor se tornou tão insuportável, eu rolava pela cama, ficava agachada, sentada de joelhos, levantava e sentava de novo e a dor só ficava mais agura. Teppei preoucpado  ligou para a clínica às 4:50 e a enfermeira diz que provavelmente ainda não expeliu e é possível que as dorem possam durar mais horas, pediu para aguentar pois naquele momento não tem outra maneira a não ser suportar a dor e esperar a expulsão da placenta.

Mesmo com dor tive vontade de ir ao banheiro e sempre acompanhado de coágulos grandes, a dor ficava cada vez insuportável, praticamente não estava mais aguentando quando não resisti mais a dor pedi pra me dar qualquer analgésico que tivesse na casa.  6:10 Teppei liga novamente se poderia me remediar com um analgésico chamado calonal, e a enfermeira permite, informa que mesmo indo para a clínica não há nada o que fazer a não ser remediar com algum analgésico um pouco mais forte.

Ás 6:20 a dor começa a ficar menos intenso e caio num cochilo de 5 minutos, quando tenho a vontade novamente de ir ao banheiro e sinto um "vuplit" sair e quando vejo tinha um tecido redondo, intacta, tranparente, com liquido dentro, era a placenta num tamanho de um abacate pequena. Recolhi o material e coloquei no saco ziploc. Depois só sei que voltei pra cama e cai no sono profundo.

Acordei 1 hora depois quando Teppei foi trabalhar, voltei a dormir e horas depois liguei para a clínica para agendar a consulta com o médico.

Sentia tontura, mas incrível que pareça a dor havia cessado completamente. Voltei a ver novamente o que havia parido. Vi dentro da placenta o feto. O feto parecia estar flutuando lá dentro no liquido. E mexendo ela pra lá e pra cá eu pude ver as perninhas os bracinhos, os olhos que estava para se formar, tinha um tamanho de uma azeitona grauda.



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